Uma das grandes vantagens da A7III são a bateria de maior capacidade, muito bem vinda e que muda muita coisa. Cada uma dura tanto como 2 ou 3 das antigas. É um grande problema na A7RII e que felizmente foi melhorado pelo Sony. Outra importante diferença é o 2º cartão SD possibilitando gravar uma cópia no 2º cartão o que em certos trabalhos é uma segurança bem vinda. Nunca me aconteceu mas tudo o que é mecânico pode falhar incluindo um SD a meio de um trabalho… O ecrã táctil permite seleccionar os pontos de focagem directamente no ecrã o que ajuda em determinadas situações mas não considero que seja muito importante
Ficam de parte por agora observações acerca da focagem automática e outras funcionalidades importantes dado que ainda não as testei a fundo.
A7III características principais:
- Sensor “Full Frame” (FF)
- 24mp
- 4k FF e APS de leitura completa “full readout” a 25fps
- 1080p FF até 100fps sem crop e com gravação de som
- Ecrã táctil
- Bateria com mais capacidade
- Dois cartões SD
A7RII principais características:
- Sensor “Full Frame” (FF)
- 43 mp
- 4k FF com “line Skiping/pixel bining” a 25fps
- 4K APS de leitura completa a 25fps
- 1080p FF até 50fps
Olhando para a características do ponto de vista da resolução e ruído das imagens, destacam-se logo duas grandes diferenças. Primeiro a A7III permite a gravação a 100fps no modo FF e com gravação de som. Ou seja permite gravar um evento completo a 100 fps e posteriormente escolher o que se quer em câmara lenta. A A7RII só permite até 50fps.
Segundo e não menos importante para quem pretende gravação a 4k, a A7III permite gravar em 4K no modo FF e APS com leitura completa. A A7RII só permite no modo APS. Em FF grava com “line skiping/pixel bining”. A diferença destes dois modos de gravação traduz-se no seguinte: Quando em leitura completa, o processador lê cada frame completamente, ou seja no caso da A7III os 24mps, e de seguida faz uma redução de resolução para os cerca de 8mps necessários para gravação 4K. No “line skiping” o processador só lê as linhas de pixeis necessárias de modo a obter a resolução desejada. Com “pixel binning” o processador agrega alguns pixeis próximos como se fossem um só. Este processo permite uma redução de ruído na imagem final à custa de resolução e é muito comum nos telemóveis mais recentes. Estas duas técnicas, no caso da gravação vídeo, podem ser usadas em conjunto de modo a obter a resolução desejada. Na prática o modo de leitura completa é muito mais eficaz em manter a máxima resolução e a reduzir o ruído e artefactos dado que todo o sensor e todos os pixeis estão a ser usados cada frame. No entanto isto não significa que não possa existir câmaras com boa qualidade sem usar o processo de leitura completa do sensor.
De modo a perceber a resolução e ruído destas duas câmaras filmei na mesma altura e com a mesma lente pequenos clips diurnos para analise da resolução e artefactos e nocturnos a ISO 12800 para analise de ruído.
As imagens apresentadas estão cortadas de modo a se representarem a uma escala de 100% quando o vídeo é expandido para ecrã completo.
Conclusões que se tira desta analise. Em 4k FF sem dúvida que a A7III apresenta mais definição que a A7RII. A imagem da A7RII não é de todo má, aliás é um exemplo de “line skiping/pixel binning” bem feito. Também se nota algum “moiré” nas cercas (ver vídeo), característica deste tipo de processamento. Na imagem a ISO 12800 a diferença é imensa, nem há comparação possivel. Aliás a capacidade a ISOs elevados em 4k da A7III é surpreendente. No modo APS está mais equilibrado e é difícil de dizer qual a melhor o que se percebe dado ambas usarem processamento por leitura completa. No entanto a imagem da A7RII é ligeiramente mais limpa, na A7III aparecem alguns artefactos de “aliasing” que na A7RII não existem. As imagens nocturnas são muito idênticas apesar de nestas se notar que a A7RII parece aplicar mais redução de ruído nas imagens, deteriorando um pouco a definição.
Em 1080p FF trocam-se as voltas. Na A7III filmei a 50fps e a 100fps e são ambas idênticas quer em definição que é boa, quer na presença de “moiré” na cerca e “aliasing” que parece ser ligeiramente mais presente na imagem a 100fps (ver vídeo). No entanto e curiosamente a gravação em 100fps parece ser ligeiramente mais bem definida, possivelmente devido à aplicação de mais “sharpening” por defeito. Quando comparado com a A7RII esta nota-se que é mais bem definida e sem qualquer indicio de “moiré” o que é de louvar dado que certamente não tem processamento de leitura completa. A diferença não é muita, mas existe e é algo que já me tinha espantado quando comparei com a A7s que tem processamento por leitura completa.
Quando comparamos a imagem a 12800 ISO voltam-se a trocar as voltas. A A7III quer a 50fps quer a 100fps demonstra excepcional comportamento com significativamente menos ruído e mais definição que a A7RII que é inviável de usar a ISOs elevados.
No modo APS em qualquer uma das máquinas perde-se definição, e aparecem artefactos de “aliasing” tipo dentes de serra nas linhas obliquas. O “moiré” não se observa nestas imagens provavelmente por não existirem padrões com o tamanho necessário mas dado a presença de “aliasing” quase de certeza que o deve ter. Nada recomendado o modo APS em 1080p nestas máquinas.
A ISOs elevados a A7III volta a ser significativamente superior mas devido às razões explicadas anteriormente não é recomendável filmar neste modo nestas duas câmaras.
Um breve comentário acerca da focagem da A7III em fotografia. Ainda não foi testado a fundo mas nota-se uma significante melhoria em relação à A7RII, principalmente quando usado com a lente Samyang 35mm f1.4. Principalmente no modo continuo que uso regularmente, a fotografar os meus filhos (é um desafio para os melhores sistemas de focagem fotografar crianças a brincar…) raramente falha, mesmo com movimentos rápidos para frente ou para trás, os mais difíceis de prever para a máquina. E isto em abertura f1.4. A A7RII não é tão eficaz e neste tipo de movimentos a máquina não conseguia prever tão bem. Infelizmente não tenho outra objectiva deste género para comparar se de facto é da máquina ou da relação máquina/objectiva mas que de facto funcionam muito bem funcionam.