A vertente da viagem deste ano foi a travessia sul-norte das montanhas dos Atlas em pista pela zona central entre Zagora e Marrakesh. Devido à tendência de alcatroar grande parte das pistas para permitir o acesso a zonas anteriormente de difícil acesso, cada vez tem sido mais difícil percorrer largos kms sem encontrar alcatrão. No entanto com a ajuda preciosa do google earth e mapas Microsoft, ainda tem sido possível arranjar percursos seguidos em pista, neste caso especifico a travessia dos Alto Atlas centrais em pista.
Uma das características mais notáveis de Marrocos é a extraordinária variedade de paisagens e este ano não foi diferente. Começando pelas dunas de Chigaga no sul de Marrocos, onde alguns de nós aventuraram-se para ir ver o nascer do sol na duna mais alta, seguimos para os Anti-Atlas. Daqui e para chegarmos aos Alto-Atlas, tivemos de atravessar o Jbel Saharo, fileira de montanhas de características formidáveis, por uma das gargantas mais impressionantes onde já passei em pista. Depois vieram os Alto-Atlas com as suas características aldeias nas encostas dos oueds (rios secos que apenas têm água quando chove) e luxuriante vegetação que mais parecia uma floresta de França. Após muitos oueds cheios de água, aldeias com dezenas de crianças a pedir “bombons” e “stylos”, e uma passagem a 2800m, finalizámos a nossa jornada nas grandes cascatas de Ouzoud, as mais altas do norte de África. Tínhamos o objectivo de ligar em pista as Cascatas de Ouzoud o que não foi possível dado a falta de tempo mas conseguimos atravessar os Alto Atlas centrais por pista, apenas apanhando 20 kms de estrada que não foi possível evitar. Foram 6 dias de pistas entre areia e pedras e 4 das 5 noites em acampamento selvagem. No caminho de ida e volta ainda passamos em algumas cidades importantes como Marrakech, Casablanca com a sua enorme Mesquita Hassam II e Chefchaouen.
- Inicio: Foum Zguid
- Fim: Abachkou
- Ano de realização: 2014
- Distancia: 680 kms
- % off-road: 94% (2019)